Nos Tornando Como Nosso Mestre e Professor
“O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo está acima do seu senhor. Basta ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo ser como o seu senhor. Se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros da sua casa!” (Mateus 10:24-25, NAA)
Muitos anos atrás, eu fiz uma viagem ao Oriente Médio e passei algum tempo na Jordânia, na Cisjordânia de Israel e no Líbano, visitando e palestrando em alguns seminários. Foi minha primeira vez nesses ambientes, e havia muito para eu aprender. Vivi a maior parte de minha vida nos EUA e tive apoio para meu envolvimento no ministério em igrejas, mesmo daqueles que não professam ser cristãos. Ser membro da equipe pastoral é visto como uma coisa boa ou, pelo menos, não é uma coisa ruim. Ser professor em um seminário não desperta animosidade de ninguém, às vezes, apenas curiosidade. Entretanto, há alguns lugares no Oriente Médio e em outras partes do mundo em que ser um professor do Evangelho pode provocar uma reação negativa, até mesmo perseguição. Conheci vários crentes nascidos em lares muçulmanos que estavam estudando para se tornarem líderes de ministério e ouvi suas histórias de reações negativas e perseguição.
Neste capítulo do Evangelho de Mateus, Jesus enviou doze discípulos para proclamar o Reino de Deus, curar os enfermos e carregar outras demonstrações do poder do Reino. Ao enviá-los, Jesus também os adverte que talvez eles não serão sempre bem recebidos. Eles podem ser levados ao tribunal, açoitados e entregues às autoridades civis para serem punidos. Jesus diz que eles serão odiados por todos por causa do Seu nome - não é uma previsão muito animadora do que está por vir!
Ao encerrar essa fala, Jesus faz esta observação: “O discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo acima do seu senhor. Basta que o discípulo seja como o seu mestre, e o servo como o seu senhor”. Agora, por si só, essa parece ser uma observação bastante inofensiva. Faz sentido que os discípulos ou alunos se esforcem para aprender e crescer para serem como seus professores, pelo menos de forma a demonstrar que aprenderam o que deveriam aprender. Posso até ver como isso tem relação com os objetivos de nosso ensino na Igreja. Com Jesus como nosso professor, estamos buscando crescer para sermos como Ele, para sermos transformados no caráter de Cristo à medida que Deus trabalha em nós. Esta é uma grande meta, e eu gostaria que a passagem fosse sobre isso, mas, temo que seja algo muito mais desafiador.
Muitos de meus irmãos e irmãs em algumas partes do mundo entendem melhor do que eu a última declaração de Jesus nessa passagem: “Se chamaram o dono da casa de Belzebu, quanto mais os membros da sua casa.” Se Jesus foi perseguido e odiado por alguns a ponto de identificá-Lo com Satanás e tramar Sua morte, não devemos nos surpreender se despertarmos uma reação semelhante quando ensinamos e pregamos o mesmo Evangelho do Reino. Alguns de nossos irmãos e irmãs passaram por isso e sabem que, dessa forma, são como seu mestre e professor - eles receberam o mesmo tipo de perseguição que Jesus sofreu. Para aqueles entre nós que ainda não passaram por esse tipo de perseguição, devemos nos lembrar de que esse é um risco inerente ao fato de seguirmos a Cristo e ensinarmos acerca de Seu nome.
Em meu contexto pessoal, há mudanças tectônicas ocorrendo em nossa cultura, e a resistência a alguns dos ensinamentos sociais básicos da fé cristã está crescendo. Parece que nos identificarmos como cristãos e mestres da Bíblia será cada vez mais visto de forma negativa. Muitas dessas mudanças estão acontecendo em áreas relacionadas à moralidade sexual e às questões pró-vida/aborto, fazendo com que os cristãos sejam vistos como intolerantes com os outros, forçando sua religião e seu código moral sobre os outros e criando um ambiente de ódio para aqueles que diferem deles. Devemos levar essas percepções a sério e demonstrar amor, cuidado e respeito pelos outros, mesmo quando discordamos deles (veja 2 Timóteo 2:24-26 para observar a exortação de Paulo acerca disso). Também devemos reconhecer que isso pode ser parte do custo de seguir a Cristo, e precisamos da orientação, da graça e da força de Deus para continuar ensinando o evangelho em circunstâncias adversas.
Você não está sozinho em seu papel de professor da Bíblia. Você tem muitos irmãos e irmãs que compartilham de seu chamado para ensinar, sua paixão e seu desejo de fazer isso bem feito. Será que você pode orar por aqueles que fazem isso mesmo diante da perseguição, para que Deus os proteja e lhes dê as palavras de que precisam para responder quando forem desafiados? Ore para que o Senhor esteja presente de modo a lhes conceder coragem e força. Ore também para que Ele lhe torne sábio e gracioso em suas respostas àqueles que se opõem ao que a Bíblia ensina. Ser como Jesus nem sempre é fácil, e precisamos de Sua obra transformadora em nós para enfrentar os desafios que teremos pela frente!
Pai, por favor, me conceda a coragem e a força para ensinar a Tua Palavra em ambientes onde ela não é sempre bem vinda e pode fazer com que os outros se voltem contra mim. Por favor, fortaleça e encoraje meus irmãos e irmãs que ensinam a Bíblia apesar da perseguição. Que eles reconheçam Tua presença consoladora e a Tua proteção. Ajude-nos a ser como Jesus em Seu mandamento de Te obedecer, não importa o quanto isso custar. Obrigada pela graça que concedes em cada situação adversa. Amém.
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